Veja as melhores respostas de Leila em sua coletiva de imprensa
Presidente do Alviverde deu coletiva de imprensa apenas para mulheres nesta terça-feira
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, concede entrevista coletiva nesta terça-feira (16), às 13h, na Academia de Futebol do clube. E diferentemente das entrevistas passadas, desta vez apenas profissionais mulheres da imprensa se fizeram presentes.
Coletiva só para mulheres
Durante a coletiva, Leila explicou a opção pela presença única e exclusiva de mulheres no local e rebate as críticas que recebeu nos últimos dias por conta da decisão.
“É um prazer imenso estar aqui com vocês, nesse dia que posso dizer, sem sombra de dúvida, para nós mulheres, histórico. Não conheço nenhum caso no mundo, de uma entrevista coletiva, temos convidados e convidadas somente mulheres. Quando nós tivemos essa ideia, nós divulgamos e por incrível que pareça, ouvi muitas perguntas de homens “por que só mulheres?”. Digo para esses homens: não sejam histéricos! Não é isso que dizem pra gente? Queria que esse encontro simbolizasse para os homens que eles sintam em uma hora o que nós mulheres sentimos desde que nascemos”, começou por dizer.
“Nós, mulheres, não queremos privilégio, queremos ter a oportunidade de mostrarmos que somos competentes e queremos espaços nesse mundo do futebol, que é tão masculino. Vou em reuniões na CBF, FPF, Libra, só tem homens. Me sinto extremamente solitária, então nós temos que dar um basta isso. Não pode ser normal ter uma mulher a frente de um grande clube na América do Sul. Isso acontece porque sofremos diversas restrições, que nos impedem de chegar onde podemos estar”, prosseguiu.
“Esse é o motivo da nossa coletiva. Muitas pessoas esperando uma notícia bombástica, pra mim é relevante que a sociedade enxergam nós mulheres como pessoas que temos capacidade. Nós podemos estar onde quisermos. Que hoje seja um marco para nós mulheres”, concluiu.
Ele fica!
Durante a coletiva, a presidente do Palmeiras ainda confirmou a renovação do contrato do técnico Abel Ferreira até dezembro de 2025.
“Elitização” do futebol brasileiro
A presidente foi questionada sobre a “elitização” do futebol brasileiro, e apontou os crescentes custos do esporte para justificar que precisa cobrar alto se quiser manter o nível de investimento no Verdão.
Segundo Leila, o torcedor que é parte do programa Avanti consegue pagar um valor que “não é exorbitante”.
Ela ainda salientou que partidas da base e do feminino muitas vezes têm ingressos grátis, dando oportunidade a torcedores de acompanharem outras equipes do Alviverde.
“O futebol, apesar de ser popular, é elitizado a partir do momento que são investimentos altíssimos que você precisar fazer pra ter um time competitivo, campeão. Hoje, você não conversa com um jogador médio por menos de US$ 5 milhões, 5 milhões de euros”, disparou.
“A folha de pagamento de um clube da grandeza do Palmeiras é de milhões. E esses valores precisam sair de algum lugar. Nós temos direitos de transmissão, patrocínios, vendas de atletas, programa de sócio-torcedor… Para essa roda girar, você precisa de dinheiro e investimentos”, seguiu.
“Não dá para ter time competitivo se não tiver renda. E uma das fontes de renda de um clube de futebol é o programa sócio-torcedor e venda de ingressos. Nove entre 10 torcedores que vão na nossa arena são sócios. O Avanti é um dos únicos programas que disponibiliza desconto de 100% nos ingressos. O ‘Plano Ouro’, por exemplo, que custa R$ 145, R$ 150 por mês, o ingresso sairia entre R$ 45, R$ 50. Eu não acho caro… Não acho. Dependendo do jogo, os valores são menores e maiores. E eu não acho esse valor exorbitante”, assegurou.
“Existem clubes no Brasil que se dizem populares, com rendas de R$ 20 milhões, R$ 22 milhões (em um jogo). Nós nunca estivemos perto dessa renda, nesse patamar”, argumentou.
“Nosso programa não é reajustado há quase seis anos. Não concordo quando dizem que os ingressos não são populares. Eu acho que são, sim. Alguns jogos, por exemplo dos meninos da base, quem gostaria de ver o Palmeiras, pode ver o Palmeiras, os nossos meninos”, complementou.
Empecilho com a WTorre
Ao ser questionada sobre a divisão do estádio entre partidas e shows, a presidente Leila Pereira levantou a história sobre a cobrança das receitas e chamou a atenção para a entrada da empresa em outros estádios – como Morumbi, Maracanã e Vila Belmiro.
“O que posso dizer a vocês é que uma receita que seria muito relevante ao Palmeiras e não recebemos um centavo. Daqui a 20 ou 25 anos, vão entregar o coliseu para a gente e não recebemos absolutamente nada”, afirmou.
“Uma empresa fechada com São Paulo, Maracanã, Santos e não paga um centavo. E pela cláusula de confidencialidade não podemos abrir o que acontece. E pelo andar da carruagem, vão entregar o Coliseu, não precisa nem ir para Roma”, completou.
Reajuste no patrocínio?
Leila Pereira reforçou o cumprimento do vínculo e o intuito de submeter a própria empresa (ela é dona da Crefisa e também da Faculdade das Américas) na disputa, além de acrescentar: não quer aventureiros.
“Este patrocínio da Crefisa e FAM vai até dezembro de 2024 e vamos fazer, sim, uma concorrência”, disse a presidente.
“Se a Crefisa ou FAM tiverem interesse em cobrir estas propostas, quem vai decidir não vai ser a Leila. Sou candidata, mas não sei se vou ser eleita. Se a Crefisa tiver interesse em cobrir propostas, o clube tem o COF, vou submeter a eles”, afirmou.
“Queremos empresas com credibilidade, que possam honrar os compromissos. Existem muitos aventureiros que querem se valer da marca do Palmeiras, aparecem por um, dois meses e não pagam nada”, completou.
Vale destacar que a Crefisa, estampada como investidor máster do Palmeiras, paga R$ 81 milhões anuais até o momento e, segundo a presidente, vai continuar assim até 31 de dezembro.
Publicado em: 16 de Janeiro, 2024 por Kawan Noleto