Relator do STJD sugere aplicação de seis anos de suspensão a John Textor, dono da SAF Botafogo

Provas apresentadas por John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, foram consideradas “desprovidas de credibilidade” por Mauro Marcelo de Lima e Silva, auditor do inquérito

Nesta sexta (5), Mauro Marcelo de Lima e Silva, auditor do Pleno do STJD, concluiu o relatório do inquérito instaurado para apurar as denúncias de John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, sobre manipulação de resultados em jogos do Campeonato Brasileiro.

Ao considerar as provas apresentadas como “imprestáveis” e “sem credibilidade”, o auditor encaminhou o relatório conclusivo à Procuradoria do Tribunal, sugerindo multa de R$ 2 milhões e suspensão de seis anos ao empresário norte-americano.

A entidade também concluiu que as ações configuram ilícitos desportivos contra a honra de sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros. Além disso, “foram constatadas infrações contra a ética desportiva e a motivação pessoal na solicitação da instauração do inquérito”, conforme a publicação.

O que aconteceu

Em março, Textor disse ter provas, com base em um relatório de uma empresa de inteligência artificial, que o jogo entre Palmeiras e São Paulo, em outubro do ano passado, foi manipulado por, ao menos, cinco jogadores do Tricolor.

O inquérito foi aberto após o episódio, a partir do pedido do Procuradoria Geral da Justiça Desportiva, do Palmeiras, do São Paulo, do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo e da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol para apurar as alegações de manipulação de resultados feitas por dono da SAF do Botafogo.

Confira o texto divulgado pelo STJD:

O inquérito instaurado para apurar as denúncias do dono da SAF Botafogo, John Textor, de manipulação de resultados em partidas do Campeonato Brasileiro foi concluído e liberado nesta sexta, 5 de julho, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol. Presidido pelo auditor do Pleno, Mauro Marcelo de Lima e Silva, o relatório conclusivo conta com mais de 50 páginas e indica como “imprestáveis” as provas apresentadas por Textor, além de destacar ilícitos desportivos praticados pelo sócio majoritário do Botafogo contra atletas, clubes e árbitros. A conclusão foi encaminhada para a Procuradoria da Justiça Desportiva.

Sem apresentar provas e, com base em uma empresa de inteligência artificial, John Textor publicou texto em 01º de abril de 2024 afirmando que o jogo entre e Palmeiras e São Paulo, realizado em outubro de 2023, foi manipulado por ao menos cinco jogadores do São Paulo.

As denúncias de John Textor foram contestadas no STJD do Futebol por representações feitas por Palmeiras, São Paulo, Associação de atletas e dos árbitros e gerou o pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria.

O inquérito de número 121/2024 foi presidido pelo Auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva. Durante o inquérito, John Textor apresentou as “provas irrefutáveis” que alegava possuir. Após uma minuciosa análise, o Auditor processante concluiu que as provas eram “imprestáveis” e configuravam ilícitos desportivos contra a honra praticados por John Textor contra sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros. Além disso, foram constatadas infrações contra a ética desportiva e a motivação pessoal na solicitação da instauração do inquérito.

Na conclusão do relatório, o Auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva descreveu as condutas ilícitas praticadas por John Textor e recomendou a aplicação de penalidades de multa e suspensão, as maiores já propostas na história do STJD. O relatório conclusivo com sugestão de denúncia foi encaminhado para a Procuradoria.

Publicado em: 5 de Julho, 2024 por Kawan Noleto

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