Justiça suíça anula condenação de Cuca por estupro

Tribunal determinou a anulação da condenação de Cuca, por julgamento na época ter sido à revelia, no entanto, a decisão ainda não inocenta o treinador

O Tribunal Regional do distrito de Berna, na Suíça determinou a anulação da condenação de Cuca por estupro de uma menor, caso ocorrido no país, em 1987.

Na época, Cuca, que era jogador do Grêmio, foi condenado, sem representação legal. Por isso, no entendimento de seus advogados, um novo julgamento teria que ser feito. A juíza Bettina Bochsler considerou a argumentação da defesa do agora treinador.

Porém, pelo crime já estar prescrito, as autoridades suíças disseram que não seria possível ter um novo julgamento. O Ministério Público, por sua vez, propôs a anulação da pena e o fim do processo, tendo então um desfecho do caso

O encerramento do processo, não inocenta Cuca, mas por conta do julgamento ter sido à revelia, essa era a decisão a ser tomada. Por haver uma irregularidade no julgamento, a juíza Bettina Boschler determinou que o Estado suíço deverá indenizar Cuca, no valor de 9.500 francos (R$ 55 mil).

Escândalo de Berna

Em sua carreira como jogador, Cuca defendia o Grêmio e estava em excursão com o clube gaúcho para a Europa em 1987. Em 28 de julho daquele ano, em Berna, na Suíça, ele e mais três jogadores, Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, foram detidos, acusados de cometerem estupro com Sandra Pfaffli, que na época tinha 13 anos. Os 4 atletas foram presos, mas um mês depois foram liberados.

O Grêmio chegou a providenciar um representante para defender Cuca e outros dois jogadores envolvidos, mas tempos depois o advogado deixou a defesa dos gremistas. Em 1989, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão, com multa, mas não tiveram uma representação legal, no julgamento. Fernando Castoldi, que foi representado por outro advogado, foi absolvido da acusação, por ter sido considerado apenas cúmplice do caso.

O Caso na Suíça deixou de ser falado por muitos anos, mas voltou a ser repercutido, em 2020, quando houve a polêmica da contratação de Robinho ao Santos. O atleta havia sido condenado na Itália por estupro. Cuca, que na época era treinador do Peixe, teve o caso relembrado por conta deste episódio da contratação.

O caso ganhou ainda mais repercussão midiática no ano passado, quando Cuca foi contratado pelo Corinthians. Houve um grande protesto à contratação do treinador por parte dos torcedores corinthianos.

Em coletiva de apresentação, o técnico se abriu para falar sobre o acontecimento, e se disse inocente. No entanto, isso não foi o suficiente para convencer os torcedores e Cuca durou apenas 6 dias no Corinthians, tendo feito apenas dois jogos (derrota para o Goiás, pelo Brasileirão e vitória sobre o Remo, na Copa do Brasil). Desde sua saída no Alvinegro Paulista, o técnico não comandou mais nenhum clube.

Publicado em: 3 de Janeiro, 2024 por Matheus Rocha